Meu coração acelerou quando imaginei a decisão de partir em vários momentos da minha história de vida.
Partir é deixar ir.
Deixar ir um afeto, uma profissão, uma casa que nos aninhava. E meu coração acelera ainda agora enquanto escrevo, porque dizem as lÃnguas que comigo convivem, que eu tenho essa predisposição genética para o deixar ir.
Quem me dera!
Não é predisposição coisa nenhuma, é nÃvel antecipado de senso de sobrevivência.
Aprendi na marra que, quanto mais a gente prende, insiste, persiste e teima, mais dói. Então, que cumpram-se os mandamentos dos ciclos e que estejam presentes quem e aquilo que fizer sentido para quem a gente se tornou.
Vejo muitas pessoas em profundo sofrimento por deixar algo partir. E é óbvio que a linguagem aqui é figurada. Refiro-me àquilo que não faz sentido, simplesmente porque não faz sentir.
O que há de mais profundo e precioso é o sentir. Sentir-se bem na própria pele, o que não é nada simples. Sentir-se apropriado da própria fala, o que é uma conquista. Sentir-se adequado, o que é uma doce ilusão de outro sentir, que é o de sentri-se aceito.
É preciso deixar partir, par-tir, deixar ir, para, assim, recriar, reinventar, redescobrir, redesenhar. Colocar em perspectiva sob um novo olhar, noutro patamar. Naquele em que a gente se vê digno da história que constrói e escolhe as lutas que vale a pena travar.
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