Borboleta
Borboleta dos amores,
Como a outra sobre as flores,
Porque �s vol�vel assim?
Porque deixas, caprichosa,
Porque deixas tu a rosa
E vais beijar o jasmim
Pois essa alma � t�o sedenta
Que um s� amor n�o contenta
E louca quer variar?
Se j� tens amores belos,
P"ra que vais dar teus desvelos
Aos goivos da beira-mar?
N�o sabes que a flor tra�da
Na d�bil haste pendida
Em breve murcha ser�?
Que de ci�mes fenece
E nunca mais estremece
Aos beijos que a brisa d�?...
Borboleta dos amores,
Como a outra sobre as flores,
Porque �s vol�vel assim?
Porque deixas, caprichosa,
Porque deixas tu a rosa
E vais beijar o jasmim?!
Tu v�s a flor da campina,
E bela e terna e divina,
Tu d�s-lhe o que essa alma tem;
Depois, passado o del�rio,
Esqueces o pobre l�rio
Em troca duma cec�m!
Mas tu n�o sabes, louquinha,
Que a flor que pobre definha
Merece mais compaix�o?
Que a desgra�ada precisa,
Como do sopro da brisa,
Os ais do teu cora��o?
Borboleta dos amores,
Como a outra sobre as flores,
Porque �s vol�vel assim?
Porque deixas, caprichosa,
Porque deixas tu a rosa
E vais beijar o jasmim?
Se a borboleta dourada
Esquece a rosa encarnada
Em troca duma outra flor;
Ela - a triste, molemente
Pendida sobre a corrente,
Falece � m�ngua d"amor.
Tu tamb�m minha inconstante
Tens tido mais dum amante
E nunca amaste a um s�!
Eles morrem de saudade,
Mas tu na variedade
Vais vivendo e n�o tens d�!
Ai! �s muito caprichosa!
Sem pena deixas a rosa
E vais beijar outras flores;
Esqueces os que te amam...
Por isso todos te chamam:
- Borboleta dos amores!