
�s Seis Da Tarde
�s seis da tarde
as mulheres daquela casa
j� se preparavam para a noite,
algumas riam e brincavam,
outras choravam caladas
sentindo alma sangrar,
talvez por isso ou por aquilo.
Era um choro sufocado,
pranto subia pela garganta
deixando cora��o em trapos.
O riso das outras ardia feito
fogo em brasa na espera
dos homens que iriam alegrar,
a troco dos parcos vint�ns.
Mas as outras mulheres choravam
porque o c�u se fechara para elas
e n�o havia escolha, viver do bom
e do melhor jamais poderiam,
estavam fadadas � sorte e nem
sonhar tinham o direito.
�s seis da tarde, para algumas mulheres,
noutros tempos, era a hora da agonia,
do mal estar, da �nsia pela batalha
que iriam travar consigo mesmas,
enquanto nas casas das ruas acima
era hora da Ave-Maria
Marta Peres
→.●๋♫ ک�l ♫●.←
