Soneto da Ilha
Eu deitava na praia, a cabe�a na areia
Abria as pernas aos al�sios e ao luar
Tonto de maresia;e a m�o da mar� cheia
Vinha co�ar meus p�s com seus dedos de mar.
Longos �xtases tinha;amava a Deus em �nsia
E a uma nudez qualquer �vida de abandono
Enquanto ao longe a clarineta da dist�ncia
Era tamb�m um mar que me molhava o sono.
E adormecia assim, sonhando, vendo e ouvindo
Pulos de peixes, gritos frouxos, vozes rindo
E a lua virginal arder no plexo
Estelar, e o marulho das ondas sucessivas
Da mon��o, at� que alguma entre as mais vivas
Mansa, viesse desaguar pelo meu sexo.
(Vinicius de Moraes)
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