CHOROU O CORA��O
Estar sozinho n�o � uma escolha, pois passaram por n�s, e n�s, com uma breve
esperan�a, esperamos algu�m dizer: Ol�, como est� voc�? Mas n�o disseram, por isso,
mais uma vez o peito gritou, e gritou sozinho.
E o grito, em meio ao sil�ncio, fez algo brotar dos olhos, e como pingos de chuva
sobre as casas, pingaram sobre o solo, ecoando como m�sica, compondo uma nova
sinfonia.
�N�o escolhemos quem amamos, pois amor � amor, e amar e saber agradecer mesmo no
sofrimento.�
Por isso, n�o reclamamos, apenas rasgamos as notas tristes, porque plantamos flores,
e n�o espinhos.
Porque sabemos que pagamos um pre�o por cada sonho, e por saber, continuamos, mesmo
quando, disseram para esquecermos.
Porque n�o vivemos somente de vit�rias, reconhecemos que a derrota faz parte da
vida, que feridas s�o abertas, que o tempo da dor � a nossa escola.
Porque somos o que somos, falamos o que pensamos, amamos e amamos.
E nosso amor � loucura, pois n�o esperamos receber aplausos, e n�o fazemos barulhos,
apenas fazemos, e fazemos de cora��o, e por isso, �s vezes, chorou o cora��o.
Chorou por esperar um abra�o, pois vivemos em um mundo de serpentes, onde o maior
humilha o menor, e o menor, o humilhado, s� queria dizer:
-Senta aqui do meu lado.
Estar sozinho n�o � uma escolha, mas apenas uma fase, e n�o � f�cil suportar, e
ningu�m disse que seria, pois como explicar para o cora��o que � necess�rio sofrer
para aprender como um ser humano deve ser.
N�o procure explicar, mas apenas compreender, porque o sonho que sonhamos:
-Em breve vamos receber!
E o dia nascer� mais l�mpido, com o sol resplandecendo no horizonte, revelando que
tudo que passamos j� passou, por isso sorriremos, e ouviremos:
-Eu Sou Fiel.
Anderson Gouv�a
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