Testamento de um soldado
(Adapta��o da pe�a teatral �vida e morte pela guerra� inspirada no contexto da I Guerra Mundial)
A vida, o que � a vida para morte?
� presente, um presente eterno,
Povoado por verdades que foram e permanecer�o.
No dia que me senti ser vivente
Numa das extremidades do existir j� me fiz gente
Na brancura do l�quido da vida tornei-me o que sou e o que fui
Do seio das coisas primeiras acordei e fugi
Bendita a maternidade que me gerou pro futuro que vivi
A vida se torna preciosa ano ap�s ano
Curtida mais no escuro da inexperi�ncia
Do que � luz da vaidade madura
Beleza, destreza, vit�rias, eis tudo o que o homem procura
Um c�lice a ser bebido aos poucos, se conquistado
Ou de um gole s� se deveras roubado.
Ideais, honra e coragem, quem se despir� de tal bagagem?
Nem a vida nem a morte, nos tirar� tamanha sorte
Pois sobre o que a vida conquistou, n�o prevalecer� a morte!
A morte, o que � a morte para vida?
� refugio.Verdade, Abrigo, descanso eterno do que n�o se teve,
Ou medalha de honra recebida.
Na luta contra ideais, acabei por homens ferir
Mat�-los, dissec�-los, extermin�-los, com destreza agi!
Com sangue reguei terras minhas e estranhas
Sangue de cad�veres libertos da vida desde �s entranhas
Escravos de causas injustas, por m�seras barganhas.
Hoje minhas m�os j� n�o carregam tal aspecto
Nem t�o pouco sou tal um espectro
Da nascente da vida �s enxurradas do vale da morte
Redimi minhas m�os do bem que n�o fiz
Do sangue que por algum engano no calor da batalha perdi.
Diz a vida, que no final do caminho que sigo
Deve haver um lago l�mpido por nome para�so
Ou uma torrente escaldante no vale de l�cifer!
Por�m da vida s� se ouve lendas,
Ventos que sopram a um lugar qualquer
A morte � feita de verdade, s� v� a realidade,
Quem para esse lado vier.
Ana N�res
Sєjαм Bєм-Viηdσs!!!
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