Desabafo
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Escrevo porque � vital
Para continuar l�cida
Para continuar viva
N�o apenas no mundinho
Que alguns teimam em construir
Quero algo mais al�m do ninho
Quero ser o infinito, quero ser o caos
Assim como o perfeito e o belo
N�o me importando �s vezes
De me travestir do feio,
do triste, e de toda agonia do meio
Solto murm�rios de amor
Gritos de felicidade
E gemidos de dor
Da alheia e da que sinto
Meu cora��o � forasteiro e abrigo
Sinto o cheiro da inspira��o
Mesmo que esteja entre dejetos
Manic�mios, pra�as e miragens ao longe
Vejo com meus olhos que procuram
E com os de quem se esconde
Torno-me um ser espinho
Afim de perfurar o pensamento
E intimidar a hipocrisia
Que obstrui o caminho
E intimida a ousadia
Torno-me b�lsamo
Pra aliviar os machucados
Depois que libertar os ombros
Dos pesos da vida
Sobrevivente aos escombros
Quero permanecer ancorada
Na percep��o da realidade
E ser leve o suficiente
Para elevar-me na transced�ncia
Do sonho e das coisas infinitas
Intoc�veis por ess�ncia
N�o desejo ser a melhor
Nem t�o pouco a pior
Quero apenas ser a poesia
Das faces de minh�alma
De compenetra��o e ousadia
Da ess�ncia de meu esp�rito
De benignidade e covardia
Quero ser tudo que falta
A��es, sentimentos palavras
Quero ser universo, verso e reverso
Vencer a dificuldade
Sem ter que findar o verso
Por n�o haver no mundo espa�o
Pra escrever tudo que sinto
Pra querer tudo que quero
Pra concretizar tudo que fa�o.
Ana N�res 05/10/09
Sєjαм Bєм-Viηdσs!!!
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