Tenho muitas conquistas silenciosas. Na verdade, as minhas maiores conquistas só eu sei. Elas são grandes para mim, mas pequenas para o mundo externo. Uma horta que fiz lá em casa; um sentimento que me apavorava com o qual, finalmente, aprendi a lidar; um mimo que consegui dar para a minha mãe de aniversário; um impulso que controlei em um momento importante da minha vida; uma parte do livro que demorei muito para terminar, mas consegui deixar do jeito que eu gostaria. Essas são algumas das pequenas grandes conquistas que guardo comigo e das quais me orgulho.
Acontece que tenho um apreço enorme por paz e equilÃbrio, por gestos simples e espontâneos, por coisas que meu dinheiro pode comprar – sem me endividar até o pescoço –, por mais simples que sejam. Gostar de coisas verdadeiramente suas, autênticas e, muitas vezes indescritÃveis, é um grande passo para o amor próprio.
Muitas vezes, sentado na varanda e ouvindo o barulho do vento, fico pensando como é bom ter saúde. Logo após filosofar sobre a dádiva da saúde, penso como é bom estar perto da natureza, como é bom tomar sorvete de casquinha no calor; caminhar pela cidade ouvindo música; tomar um café da manhã cedinho, com direito a pão com manteiga, ovos e um café quente, feito na hora; dar um beijo escondido no estacionamento do trabalho em quem você está gostando. É um tempo que reservo para relembrar como a felicidade genuÃna é fruto das coisas simples.