Quando meus leitores ou pessoas próximas indagam sobre a minha insistência na importância do amor-próprio, eu respondo com convicção: É o único amor que está sob nosso controle. Você não consegue controlar o que o outro sente por você nem o que você sente pelo outro. Podemos até tentar influenciar o nosso sentimento e nos esforçar para controlar as nossas emoções, mas o amor que temos pelo outro simplesmente vem (ou não). Ele é o que é, mesmo quando desejamos com todas as forças que ele vá embora (ou apareça).
Por outro lado, o amor que carregamos por nós mesmos é criado e alimentado por nós diariamente (ou não). Aquilo que direcionamos para nós recebemos na mesma proporção. Podemos nos dar gentileza e afeto ou crÃticas e cobranças. Para que nossa passagem por essa vida seja doce e calma, o que você acha melhor direcionar para si?
É fato que, de certa forma, estamos fadados a ser reféns de nós mesmos; sempre estaremos dentro da nossa cabeça, sendo para-raios dos nossos excessos, inseguranças e dúvidas. Mas, para que isso seja suportável, é preciso construir um ambiente interno saudável para que possamos pensar, amar e caminhar em direção a nossos desejos e projetos. Deixemos o caos para externo, para os insensÃveis, para os que tanto falam, mas pouco sabem ouvir o que lhe é dito.
Como qualquer aprendizado, amar a si mesmo exige um pequeno esforço diário. É como cuidar de uma casa. Se não estivermos atentos, a poeira se acumula, a bagunça toma conta. Olhemos, então, para nossa forma de falar com nós mesmos. Um cuidado com nossas emoções e necessidades; as fÃsicas, emocionais, sociais e espirituais. Pequenas atitudes e olhares diários para deixar claro nosso respeito e apreço por nós mesmos.
Dentro de nós precisa haver um lar regado de paz e aceitação, um porto seguro. Nesse cais consciente, podemos nos aceitar do jeito que somos e, principalmente, nos distanciar dos julgamentos e das palavras torpes que ameaçam nos impedir de nos tornar quem queremos ser. Precisa haver colo de mãe e conselho de pai na mesma proporção, para que nossa essência apareça e floresça. É o equilÃbrio entre o aprendizado matinal e o sono do final de semana; esforço e descanso, crescimento e conquista.