Escrevo porque cansei de gritar. Escrevo porque cansei de me calar. Escrevo porque você me lê, me enxerga, me inspira e me entende. Escrevo porque acredito que a vida muitas vezes se repete e a minha experiência pode servir para você, seja como um alerta ou simplesmente para reviver um passado. Escrevo porque sei que somos humanos e que os meus medos e os meus sonhos se misturam aos seus. Porque acredito que minhas palavras tenham o poder de levar o abraço que você deseja ou a sacudida de que você precisa. Não, eu não vivi todas as histórias que escrevo, mas já senti tudo aquilo que existe nelas. Escrevo tentando ler a sua alma, ouvir os seus segredos, penetrar naqueles sentimentos que muitas vezes você não permite serem explorados. Desejo que os meus textos derramem aquela lágrima que você insiste em segurar ou liberem aquele sorriso que o destino muitas vezes não deixou acontecer. Adoraria que eles reacendessem a chama daquele sonho que ficou esquecido e lhe dessem coragem suficiente para seguir a sua verdade. Falo de saudade porque tenho muito o que lembrar. Falo de coragem porque a vida me obrigou a ser assim. Falo de tristeza porque sei que ela numa hora ou outra há de me visitar. Mas, principalmente, falo de amor, porque já amei, porque amo e sei que amarei até os meus últimos dias, pois ainda não conheci neste mundo algo mais imponderável que o amor. Seja bem-vindo. Entrego-lhe agora a chave do meu baú de lembranças. Talvez encontre dentro dele um ou outro item que lhe seja bastante familiar. Peço que tente não se assustar com as minhas cicatrizes. Prometo que serei muito cuidadoso com as suas.
Rafael Magalhães