A gente precisa aprender a cuidar das nossas próprias feridas e se organizar emocionalmente antes de receber alguém ou se abrir novamente. Aprender a cuidar do que tem dentro é entender a nossa própria grandeza. Por vezes, a gente vai atropelando tudo, na ideia de que um amor se cura com outro. Pode até funcionar, mas e o autocuidado? E a manutenção com os resquÃcios de bagagens que ficaram na sua jornada? As pessoas vão embora, mas ficamos com os atravessamentos dos finais. Em que momento você se responsabiliza por fazer a manutenção da sua própria vida?
Essa ansiedade pela próxima emoção faz a gente não tomar tempo para estar sozinho, se fortalecendo e se munindo de nós mesmos. A busca incansável por amar pode esperar. O tempo não vai correr diferente se você pausar para poder reorganizar sua grandeza. Reaprender a se movimentar com as nossas necessidades e urgências é uma necessidade, principalmente quando fazemos esse desacoplamento do outro. Nesse processo de viver relacionamentos, você ainda se conhece? Ou só está buscando se enxergar na ótica do outro?
É preciso se curar vivendo, mas também é necessário organizar suas emoções antes de se lançar para novas. Principalmente porque as chances de gerar uma bagunça são grandes. Tomar tempo para refazer o percurso do rio é importante; não é só seguir o fluxo das coisas. É como se precisasse colocar tudo de volta na caixinha das emoções e se entender nessa nova dinâmica, porque ninguém sai ileso após ser atravessado.
Você já não é a mesma pessoa de antes. Seus gostos mudaram, sua forma de sentir também. Por isso, a importância de se entender antes de adentrar novas relações. Reconhecer de novo é uma forma de amar. É maduro e coerente. As novas pessoas merecem sua melhor versão, não a versão traumatizada. Quem chega na sua jornada é para ser potência. Que você seja potência, cuidando das suas feridas para não ferir o outro.
— Matheus Vieira