"Trago em minha alma a dualidade de dois seres:
Uma parte de mim é permanência, a outra, distância, desapego.
Uma sorri, gargalha, é criança ainda, a outra madura, quase anciã.
Uma é decisão, firmeza,
a outra, inconstância, incerteza.
Uma sempre diz sim, a outra, não ou talvez.
Uma acredita que vive plenamente, a outra, parece até que nem nasceu.
Uma superou as angústias,
a outra, ainda chora de dor.
Uma desacreditou de tudo,
a outra, vive a sonhar.
Uma decidiu esquecer,
a outra é só saudade.
Se a minha alma é dueto,
faço dela então uma bela obra de arte:
Uma é composição
A outra só canção."