SEUS OLHOS
Seus olhos - se eu sei pintar
O que meus olhos cegou -
N�o tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do destino.
Divino, eterno! - e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de t�o fatal poder,
Que, num s� momento que a vi,
Queimar toda alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Sen�o a cinza em que ardi.
* Almeida Garret *
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