Existe tanta intimidade em nunca mais falar com alguém. É estranho, mas real: Às vezes o silêncio diz mais que todas as conversas que já existiram. É a ausência que pesa como presença. É saber exatamente o tom da voz, o jeito do olhar, as palavras que seriam ditas e mesmo assim, escolher o nada. Porque a despedida mais profunda não grita. Ela cala. Não há raiva, não há drama. Só uma saudade que aprendeu a se comportar. E um amor que, por mais que tenha sido real, soube a hora de se recolher. Ficar em silêncio, depois de tanto, não é frieza. É reverência por tudo que foi. É o tipo de adeus que só quem já foi Ãntimo de verdade é capaz de dar.
— .(Escrito dia 20/06/2025, às 19:24).