Estou valorizando cada espaço que reconstruo com o suor das minhas lutas, lágrimas e resistências.
Eu já não vivo mais na mesma estação, não mendigo mais nada, e nem desrespeito o que sou.
Eu demorei para entender certas coisas, demorei para deixar a ficha cair, demorei para me recuperar de certos golpes de misericórdia.
Eu já não me sinto tão urgente ou disponÃvel.
Tenho aprendido a admirar melhor a paisagem, tenho vivido meus momentos a sós sem nenhuma culpa.
Acho que estou menos dependente; estranhamente me sinto bem assim.
Nem tudo que passei foi bom. Eu me vejo, sem querer repetir a mesma dose do que me derrubou.
Hoje quando eu olho do lado de fora, percebo o quanto eu mudei por dentro.
Sigo na minha sem interferir na vida de ninguém.
Sigo mais honesta e sensata.
Estou em outra, estou mais consciente.
As minhas viagens são viagens de adaptação interior, de vivências mais amadurecidas.
Quando não dá mais, eu vou embora de vez.
Chega de murro em ponta de faca.
Chega, de quem sabe, um dia, talvez.
Sil Guidorizzi
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