Sabes quantas vezes já eu morri? – Olha: morro agora mesmo. Morro de saudades, morro de amor. Só se consegue morrer assim quando se está vivo e com memória. Morrer, mas morrer mesmo, é cair em esquecimento, digo-te eu que nunca te esqueci. Vives em mim, enquanto morro de saudades tuas, enquanto morro de amor por ti. É assim que vivo: morrendo. E assim vives também: em mim. Se não fosse assim, podia lá eu viver! Podia lá eu viver sem ti comigo, mesmo que em corpo não abraçável pelas rodas vãs dos meus braços. Já não te abraço como antes, e já não te beijo, já não ouço a tua voz, já não ouves a minha – e eu não te posso provocar com a maior mentira alguma vez inventada: “és feia!”. Como és linda! Ainda és! Sabes como estou a morrer agora? – Com o teu sorriso. Vou buscar essa imagem de ti tantas vezes! É o que muitas vezes me salva! Só posso continuar vivo enquanto a sanidade me permitir morrer de saudades e de amor. E… por falar de amor: lembras-te da dúvida que tínhamos quanto ao nosso amor ser para sempre? – Confirma-se que é! A saudade é que é igualmente eterna.
Amo-te com o meu coração e o teu!
Para sempre teu,
(…)
Sérgio Lizardo